domingo, 10 de agosto de 2008

AS HORAS


É meio dia, e estou começando agir como se fosse uma pessoa que desconhece seu
próprio futuro, não tenho certeza de que o mundo que gira em minha volta, veio preparado
para me guiar. Há talvez um possivel elo entre eu e o mundo, há também, a curiosidade de
conhecer o infinito que habita em meu interior, como se uma turbulência apanha-se
meu ego que supostamente inibi minha consciência.
Já é uma hora, e estou me sentindo vazio, não conheço mais meu próprio caminho,
paro e penso que tudo que proponho a fazer é lamentar e tentar me redimir. Do qual, o triste
inverno que habita em meu corpo, é tao almeijado por mim. Um possivel ar que respiro
que virá a sucumbir meus pulmões, torna-se insuportavel em meu interior, dificil é
reagir contra esse sofrimento.
Duas horas, horas que não passam, e essa loucura de procurar emprego e de arrumar
tempo para buscar algo que nunca vem, mais é assim mesmo, quanto mais você busca,
mais você se perde, no meio dessas horas infinitas que não tem pressa de terminar,
ridículo é continuar a persistir em rodar e rodar e parar no mesmo lugar feito um relógio,
e será mesmo que é possivel a gente enganar o tempo, ou é o tempo que nos engana.
São três horas, ainda estou preso neste imenso ar de dúvidas, a respeito de que realmente existe algo entre eu e o mundo. Mas que diferença faz, se tudo que a gente busca esta bem no centro de uma esfera, talvez eu posso estar enganado, ou não, minha mãe sempre diz nunca deixe de olhar pra frente, pois você nunca sabe o que vem por ai, imagino que tudo que estou passando
é um sonho, mas não é!, por que, por que, eu ainda não sei.
Quatro horas, tenho pensado em o que seria se todas as coisas fossem diferentes, como se
a noite fosse dia e o dia fosse a noite, quem sabe seria melhor. Amei muitas coisas, entre elas
uma mulher no qual nunca me esquecerei, ela foi o ar que eu respirei, vivemos momentos
lindos, até algo horrivel acontecer, ela foi embora para sempre e não volta mais, pois a morte
a levou ou foi o tempo?, nem eu sei responder.
É cinco horas e o tempo de procurar resposta já esta terminando, e o motivo que me proporciona a falar desse assunto é o desejo de lá no fundo de saber realmente quem
sou eu. Também o que é a vida, que nos segue todo o tempo mesmo que a gente nao perceba,
correr atrás é impossivel, já não sei mais o que devo fazer, pois tenho que ir trablhar,
eu entro as seis horas, devo parar de escrever, e me dar por vencido, pois sobreviver
a isso é uma vitória, vou-me, pois a vida segue e o tempo não para, ou é o mundo?.

Um comentário:

Anselmo disse...

Muito bom esse texto. Profundo e denso sem ser desesperadamente pessimista. Visceral... pelo menos foi a impressão que tive.